Chamadas para artigos / No. 35 (junho 2025)

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Revista del CESLA. International Latin American Studies Review

Trajetórias de mulheres nos regimes autoritários na América Latina (Séculos XIX, XX e XXI)

Editores convidados: Andréa Cristina de Barros Queiroz (UFRJ), Izabel Pimentel da Silva (UERJ-FFP)

 

Desde as últimas décadas do século XX, a historiografia contemporânea, depois de priorizar por muito tempo as grandes estruturas e os fenômenos de longa duração, vem privilegiando as relações entre indivíduos e a História, a partir de pesquisas que valorizam as trajetórias e as histórias de vida e como estas expressam as possibilidades de uma época, de uma sociedade, de uma geração. Essas novas abordagens historiográficas, articuladas a um campo interdisciplinar, configuram o que Beatriz Sarlo classificou como uma guinada subjetiva, que resgatou a importância dos sujeitos históricos e das experiências individuais e reivindicou a dimensão subjetiva na história do tempo presente (SARLO, 2007, p. 18).

Além de novas abordagens, a historiografia contemporânea também foi marcada pela emergência de novas fontes, como cartas, diários, autobiografias, depoimentos, literatura de testemunho, e pela valorização de sujeitos durante muitos anos marginalizados e invisibilizados na pesquisa histórica. Nesse sentido, a história das mulheres e os debates sobre gênero ganharam força nos estudos históricos.

Para Michelle Perrot, a legitimação e institucionalização da história das mulheres a partir dos anos 1970 estavam associadas não apenas às renovações no campo da História, mas também à presença cada vez mais marcante das mulheres nos espaços universitários e à força e desenvolvimento dos movimentos feministas (PERROT, 2019, p. 19-20).

A consolidação da História Oral como metodologia privilegiada na história do tempo presente também contribuiu para o desenvolvimento da pesquisa sobre as mulheres, a partir de suas vozes, suas experiências, suas subjetividades, seus traumas. O século XX, em especial, foi caracterizado por diversos eventos traumáticos, como as duas guerras mundiais, o Holocausto, as ditaduras latino-americanas, o apartheid na África do Sul, entre muitos outros.

O incremento de novas pesquisas acadêmicas sobre gênero e o crescimento de núcleos de estudos voltados para essa temática, desde o início dos anos 1990 no país, sinalizavam um significativo potencial de demanda por espaços de publicação comrevistas especializadas e/ou dossiês temáticos focados na História e nas trajetórias de mulheres.

Desejamos, portanto, reunir um conjunto de textos que abordem, de diferentes maneiras, estas questões e se insiram neste campo de reflexões. Nesse sentido, serão bem vindas análises que contemplem a trajetórias de mulheres, no campo e nas cidades, durante os regimes autoritários na América Latina ao longo dos séculos XIX, XX e XXI, destacando as memórias das violências políticas, étnico-raciais e de gênero; as múltiplas formas de resistências das mulheres durante regimes autoritários; histórias de presas políticas e presídios femininos; as trajetórias das chamadas “mulheres comuns” que resistiram aos regimes autoritários sem ter participado de organizações políticas; traumas relacionados às questões de gênero e História Oral das mulheres.

Referências bibliográficas

PERROT, M. (2019). Minha história das mulheres. Contexto.
SARLO, B. (2007). Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. Companhia das Letras.

Os artigos devem ser escritos em espanhol, português ou inglês. Recomenda-se vivamente aos autores entregar os artigos na sua língua materna, contanto que seja uma das línguas oficiais da revista. As versões completas dos manuscritos devem ser submetidos anonimamente pelos autores no sistema Open Journal System (OJS) da Revista del CESLA. International Latin American Studies Review antes de 30 de abril de 2025.

Para este efeito, os autores devem contactar o Equipe Editorial em revistadelcesla@uw.edu.pl para obter acesso à sua conta no sistema online.

A Equipe Editorial da Revista del CESLA será responsável de comunicar aos autores os resultados da avaliação, assim como de enviar comentários dos revisores externos.

 

Datas importantes:

Recepção das propostas dos artigos: antes de 30 de abril de 2025.

Resposta e os comentários dos revisores: antes de 30 de maio de 2025.

Entrega das versões corregidas dos artigos acetados (se necessário): 15 de junho de 2025.

Edição do Volume: 30 de junho de 2025.