Vozes Entre Linhas: A Literatura das Mulheres nas Ditaduras da Argentina e do Brasil
Palabras clave:
Resistência Feminina, Ditaduras Militares, Narrativas Testemunhais, Argentina e Brasil, Memória e Agência, Violência de Gênero, Cone SulResumen
Este artigo analisa criticamente o panorama recente da produção acadêmica na Argentina e no Brasil sobre as diversas formas de resistência feminina durante as ditaduras cívico-militares. Para tal, o estudo estrutura-se a partir de três eixos analíticos centrais: (1) a abordagem conceitual da agência e da resistência feminina nos trabalhos selecionados; (2) a função metodológica das narrativas testemunhais como elemento de ruptura com a historiografia hegemônica; e (3) as dinâmicas de inclusão e silenciamento, identificando as vozes representadas e as ausências notáveis. O objetivo é valorizar as "vozes entre linhas", compreendendo como sua emergência enquanto "silêncio rompido" desafia a repressão e a violência de gênero. A análise revela que a resistência é apresentada não apenas como ação política, mas como chave interpretativa para compreender vivências marcadas pela violência estatal, a reconstrução da memória e a contínua afirmação da agência feminina. Ao aplicar este quadro analítico, o artigo busca enriquecer a historiografia, outorgando maior visibilidade e complexidade ao papel das mulheres na luta contra as ditaduras no Cone Sul e posicionando suas lutas no centro do debate acadêmico.
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