Corpo e natureza em publicações feministas no exílio (1974-1979)
Palabras clave:
exílio, feminismo, corpo feminino, contravisualidade, Ditadura MilitarResumen
Este artigo analisa como mulheres brasileiras exiladas entre 1974 e 1979 produziram imagens que articulam corpo feminino e natureza a partir de uma perspectiva crítica ao olhar androcêntrico tradicional. Em contextos de repressão e deslocamento forçado durante a Ditadura Militar, essas mulheres encontraram no exílio — especialmente em Paris — um espaço fértil para a troca de experiências, formação de grupos de consciência e produção de materiais políticos e artísticos. Em publicações como “Nosotras” e “Agora é que são elas” foram desenvolvidas imagens que produziram uma fusão simbólica entre corpo e natureza. Estas representações do feminino buscam afirmar o corpo enquanto elemento ativo de expressão e resistência política, constituindo formas de contravisualidade e marcando a construção de um imaginário feminista transnacional.
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