Uma conversa para Negrar o Imaginário Social

Autores/as

Palabras clave:

negrar, imaginário social, desaprendizagem, amefricanidade, educação

Resumen

Propomos uma conversa para Negrar o Imaginário Social instigadas pelo termo ‘alma tigrada’ na discussão do Dossiê ‘Imaginário em perspectiva latino-americana’. Ao voltar nosso olhar, dos estudos do Imaginário Social, à realidade em que vivem os latinos-americanos, junto à história instituída que ainda segrega pessoas por tons de pele, a representação semântica de um termo pode conter abordagens violentas. Uma violência que na escrita costuma ser silenciosa. Assim, trazemos para o texto dois conceitos para pensar a Améfrica Ladina e os imaginários: desaprendizagem (Rufino, 2021) e amefricanidade (Gonzalez, 2020), como revisão teórico-conceitual dos imaginários, com intuito de cismar - termo em ‘brasileiro’ que carrega o movimento de reflexão crítica. O texto é carregado de conceitos outros, de intelectuais afrodescendentes, principalmente de mulheres - mesmo silenciadas na exclusão de seus primeiros nomes nas citações. Contra esse silêncio normatizado violento, tentamos, sempre que possível, escrever o primeiro nome de mulheres. Essa demarcação de ‘mulheres’ propõe o compartilhamento de conhecimentos dessas - e de muitas outras - intelectuais mulheres negras que desafiam os modelos instituídos para, desejamos, um Negrar na educação.

Biografía del autor/a

Izabel Espindola Barbosa, Instituto Federal Farroupilha; Universidade Federal de Santa Maria, Brasil

Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), TAE Auxiliar de Biblioteca do Instituto Federal Farroupilha - Campus São Borja. Filiada à Associação Brasileira de Pesquisadores Negros ABPN e à Associación de Investigadores Afrolatinoamericanos y del Caribe AINALC

Valeska Maria Fortes de Oliveira, Universidade Federal de Santa Maria, Brasil

Professora Doutora Titular do Departamento de Fundamentos da Educação na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Pesquisadora Líder do GEPEIS: Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Imaginário Social.

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Publicado

2024-12-31