Via Sacra: Prisão, tortura e solidariedade feminina na trajetória de Vera Silvia Magalhães
Palabras clave:
mulheres, luta armada, ditadura, tortura, resistênciaResumen
Este artigo tem por objetivo analisar a trajetória de Vera Silvia Magalhães, militante da luta armada contra a ditadura civil-militar brasileira, durante o período de seu encarceramento em 1970. Partindo da importância de compreender trajetórias individuais para iluminar fenômenos sociais mais amplos, busca-se lançar luz sobre a experiência de prisão e tortura vivida pelas mulheres que lutaram para derrubar a ditadura e realizar a revolução brasileira. Nesse sentido, a análise evidencia como a tortura assumia dimensões específicas de gênero, manifestando-se de forma diferenciada para as mulheres; como redes de solidariedade feminina emergiam como mecanismos de resistência coletiva; como as estratégias jurídicas buscavam assegurar a integridade dos detidos diante de processos judiciais tendenciosos; de que modo a repressão se estruturava a partir da articulação entre diferentes aparatos estatais, como o policial, o médico e o judicial; e, por fim, quais foram as consequências físicas e psicológicas das torturas impostas aos militantes políticos.
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